O nosso consultor técnico Laerte Rabelo nos deu uma aula sobre o Sensor de Pressão Absoluta do Coletor e, agora, nós trazemos todas as informações desse equipamento. Leia nosso artigo e saiba tudo sobre o Sensor MAP, sua função, tipos e princípios de funcionamento
O Sensor de Pressão Absoluta do Coletor de Admissão também é chamado de Sensor MAP. Ele é um importante componente do Sistema de Injeção Eletrônica dos veículos e, como o próprio nome sugere, está localizado no cofre do motor e conectado ao coletor de admissão, por meio de uma mangueira.
Sua função básica é registrar as variações de pressão existentes no coletor, além de levar à Unidade de Comando Eletrônico (em inglês, Electronic Control Unit e, portanto, o uso da sigla ECU) essas informações.
Ou seja, em conjunto com os sensores de temperatura do ar e rotação do motor, o Sensor MAP possibilita ao módulo de controle calcular a quantidade de ar admitida no motor. Consequentemente, essas informações são utilizadas no cálculo do tempo-base de injeção e do avanço do ponto de ignição.
De acordo com o consultor técnico do Simplo, Laerte Ribeiro, em alguns sistemas, o Sensor MAP pode estar integrado ao Sensor de Temperatura do Ar. Quando isso acontece, é comum vermos o termo “sensor combinado” e a sigla de identificação é a TMAP, pois faz referência à leitura simultânea da pressão e temperatura.
Como funciona o Sensor MAP?
O princípio de funcionamento desse sensor está ligado à piezoeletricidade, que é a capacidade que alguns cristais têm de gerar tensão elétrica quando submetidos a uma pressão mecânica. Essa palavra provém do grego piezein, que significa apertar ou pressionar. Nesse caso é a variação de pressão sendo transformada em sinais elétricos.
O sensor de pressão é construído por um elemento sensível, com uma ponte resistente e serigrafada numa membrana de material cerâmico. Essa membrana é dividida em duas partes:
- em um lado, nós temos o vácuo absoluto;
- e no outro, estão presentes as variações de pressão do coletor de admissão.
São essas variações que fazem com que a membrana se movimente de forma mecânica, variando o valor das resistências. Resumindo, pode-se dizer que o sinal gerado pelo sensor é, então, o resultado da alteração de uma das câmaras quando submetida a diferentes alterações de pressão.
Como o sensor é alimentado com a tensão constante de 5 volts pelo módulo, a variação de resistência reflete na tensão de resposta do sensor e, assim, essas duas medidas são modificadas paralelamente.
É importante destacar que a tensão de saída do sensor é proporcional à pressão no coletor de admissão. Se uma aumenta, a outra também e vice-versa. Lembre-se que o sensor faz a leitura da pressão absoluta e não do valor do vácuo.
A pressão absoluta é a diferença da pressão atmosférica e o vácuo gerado no motor. Em situações de vácuo, há a menor tensão possível e, à medida que a pressão vai aumentando, o valor de resposta do sensor também aumenta.
Quais os tipos de Sensor de Pressão Absoluta?
No mercado automotivo, existem basicamente três tipos de sensores MAP. São eles:
- Sensores combinados (4 fios): o sensor de pressão está encapsulado juntamente com o sensor de temperatura do ar admitido;
- Sensores analógicos: transformam a variação de pressão em tensão, sem a presença do sensor de temperatura e, portanto, possuem 3 fios;
- Sensores digitais: seu funcionamento é semelhante aos anteriores, porém a resposta do sensor é dada em sinais de frequência.
Quando observamos esquemas elétricos, é possível identificar a função de cada pino (fio) do sensor, de acordo com o seu tipo. No sensor combinado (4 fios), a ordem é a seguinte: o pino 1 corresponde ao maço negativo; o 2 ao sinal do sensor de temperatura do ar; o 3 é o positivo 5V; e, por fim, o último pino está ligado ao sinal do sensor de pressão do coletor.
Já, nos sensores analógicos e digitais, os 3 pinos são, sequencialmente, esses: o 5V do sensor; o maço do negativo; e o sinal do sensor. A identificação dos fios é fundamental para a constatação de possíveis falhas no sensor e, consequentemente, realizar os testes necessários.
Diagnóstico do Sensor MAP
Vamos descrever três testes que mecânicos e reparadores podem fazer para identificar os problemas que surgem no Sensor de Pressão Absoluta do Coletor, usando equipamentos diferentes.
Teste do sensor com o multímetro
O primeiro teste de diagnóstico é a verificação do sinal do sensor, fazendo uso de uma bomba de vácuo e um multímetro. Primeiramente, confira se o sensor possui alimentação 5V e qual o estado do seu chicote, se há algum curto-circuito ou a presença de interrupções.
Após essa verificação, use a bomba de vácuo para variar a pressão ou o vácuo presente no sensor. Mantenha sempre o sensor conectado ao módulo de controle e aplique diferentes vácuos para fazer a análise. Nos modelos digitais é preciso medir a variação de frequência, conforme o vácuo aplicado. Enquanto, nos analógicos, a medição corresponde à variação da tensão.
Veja se os valores estão de acordo com os números da tabela. Quando esses números “baterem”, o sinal estará em perfeito funcionamento.
Teste do sensor com o scanner
Nosso segundo teste consiste na utilização do scanner, em duas situações específicas. Nos casos, onde o veículo estiver com o motor parado e a ignição ligada, o sensor de pressão absoluta vai ler a pressão atmosférica local.
Verifique se a pressão exibida do sensor está próxima da pressão atmosférica local (essa pode ser medida utilizando aplicativos para celular). Caso contrário, o sensor está com algum defeito e, muito provavelmente, vai precisar ser substituído.
Já nos testes com o motor funcionando em marcha lenta há a criação de vácuo. No scanner, há limites máximo e mínimo para isso e, quando o sensor está dentro dessa faixa, significa que seu funcionamento é regular.
Como testar sensor MAP com osciloscopio
O terceiro modo de diagnóstico faz uso do osciloscópio. Com o aumento da pressão do coletor, a tensão de resposta também aumentará. Então, o teste é simples: aplique diferentes acelerações no motor e verifique se essa tensão aumenta e, se quando você tira o pé do acelerador, ela diminui.
O osciloscópio mostra dois sinais na tela: o superior é a pressão do coletor e a parte do inferior é a quantidade de abertura da borboleta. Ao pisar no acelerador, a abertura da borboleta deve aumentar o fluxo de ar e a pressão do coletor. Nesse caso, um sensor em bom estado precisa ler imediatamente a elevação de pressão.
Além disso, o sinal do sensor MAP pode ser utilizado por técnicos para realizar diagnósticos mais complexos, em diferentes sistemas. Quando os valores desse sensor se encontram fora do parâmetro pré-estabelecido, há indicação de diferentes problemas como, por exemplo, a obstrução do escapamento ou falhas de sincronismo.
Os manuais Simplo contemplam essas informações?
Sim! Para os dados deste artigo, especialmente relacionados ao diagnóstico de falhas, utilizamos diferentes materiais Simplo: o Manual de Injeção Eletrônica, com valores de testes de referência e para identificação dos pinos (fios) do sensor. Além disso, com os manuais Osci descrevemos diagramas elétricos e os valores-base de sinal correto e funcionamento da ferramenta.
Se você deseja saber mais sobre o Sensor de Pressão Absoluta do Coletor, acesse nossa videoaula, disponível gratuitamente no nosso canal do YouTube. Lá, você encontra materiais exemplificados e ilustrados, pensados exclusivamente para os profissionais da área.
Continue acompanhando nossos conteúdos. Até a próxima!