Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 90% dos acidentes acontecem por falhas humanas, e muitos deles poderiam ser evitados se o tempo de reação de frenagem não tivesse sido insuficiente e/ou tardio. Isso pode acontecer por diversas razões, seja por distração ou desatenção, pouca visibilidade, sol muito forte na direção do motorista ou em uma daquelas situações onde o veículo da frente freia bruscamente.
Como a maioria dos condutores não está acostumado a situações de colisões, os mesmos acabam não aplicando a força necessária para uma frenagem eficiente, ou em algumas situações, acabam nem aplicando freio e agravando a situação.
Praticamente todas as montadoras desenvolveram suas próprias tecnologias, embora com a mesma finalidade, para evitar acidentes deste tipo e reduzir sua gravidade quando não for possível uma frenagem completa. Podemos dividir estes sistemas em três grupo:
- Autônomos: o sistema atua independente do motorista para evitar ou minimizar o acidente.
- Emergência: o sistema intervirá apenas em situações críticas.
- Frenagem: o sistema tenta evitar o acidente aplicando os freios.
Segundo a instituição Euro NCAP (2017), os sistemas de frenagem autônomos (AEB – Autonomous Emergency Braking) são capazes de maximizar a segurança dos ocupantes de duas maneiras: em primeiro lugar, ajudam o motorista a evitar acidentes através da identificação antecipada de situações críticas.
Em segundo lugar, reduzem a gravidade das lesões causadas pelas colisões através da diminuição da velocidade do veículo, e em algumas situações o sistema prepara os ocupantes para o acidente, por exemplo, pré-tensionando o cinto de segurança.
Os sistemas AEB se utilizam de radares, câmeras e/ou tecnologia Lidar, para identificar possíveis colisões com outros veículos à frente. Desta forma, essa informação é interpretada e combinada junto com os parâmetros de velocidade de deslocamento e trajetória para assim identificar se existe ou não uma situação crítica.
Se por acaso for detectada uma potencial colisão, os sistemas AEB geralmente, mas não exclusivamente, tentarão alertar o motorista de um possível acidente caso nenhuma ação seja tomada. A partir daí, se o motorista não reagir, o sistema aplicará a frenagem de forma automática, evitando ou minimizando o impacto. Vale ressaltar que alguns sistemas são automaticamente desativados quando detectam ação do motorista.
A tecnologia não é exatamente nova, porém, no Brasil é achada somente em carros de segmentos mais caros, não acessíveis para a grande maioria da população.
No programa SIMPLO, manual Electra, podemos ver como funciona eletricamente o sistema de frenagem de emergência do veículo Ford Fusion Ecoboost 2014 em diante, que utiliza do radar do controle de cruzeiro adaptativo para fazer a frenagem quando necessário.
Tecnologias em sistema de frenagem de emergência
Abaixo serão listadas as montadoras, os anos da criação da tecnologia própria e o nome do sistema original.
- Volvo (2010) – Volvo City Safety.
- Mercedes Benz (2010) – Mercedes-Benz PRE-SAFE® Brake
- Honda (2010) – Honda Collision Mitigation Brake System
- VW (2011) – Volkswagen City Emergency Brake
- Mercedes Benz (2011) – Mercedes-Benz Collision Prevention Assist
- Ford (2011) – Ford Forward Alert
- Ford (2011) – Ford Active City Stop
- VW (2012) – Volkswagen Front Assist
- Audi (2012) – Audi Pre Sense Front Plus
- Skoda (2013) – Skoda Front Assist
- Mitsubishi (2013) – Mitsubishi Forward Collision Mitigation
- Fiat (2013) – FIAT City Brake Control
- BMW (2014) – BMW Pedestrian Warning with City Brake Activation