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Rede CAN na oficina: O método que separa falha física de módulo

A rede CAN é, sem exagero, o sistema nervoso do carro moderno. Ela é responsável por interligar praticamente todos os módulos do veículo, permitindo que informações circulem de forma rápida, confiável e organizada.

Entender como ela funciona — e principalmente como diagnosticá-la corretamente — é o que separa um diagnóstico técnico de uma troca de peças no escuro.

A rede CAN é o sistema nervoso do carro moderno

A rede CAN conecta módulos como motor, ABS, painel, carroceria, transmissão e airbag em um único barramento de comunicação. Quando essa comunicação falha, os sintomas não ficam restritos a um sistema apenas.

O resultado é conhecido por todo reparador:

  • Várias luzes acesas no painel

  • Múltiplos códigos de falha

  • Sistemas aparentemente sem relação falhando ao mesmo tempo

Sem método, o diagnóstico vira confusão.

Antes da rede CAN

Antes da rede CAN, cada módulo precisava de seus próprios sensores para “enxergar” o funcionamento do veículo. Isso gerava:

  • Mais sensores

  • Mais fios

  • Chicotes mais pesados

  • Maior índice de falhas

  • Diagnóstico mais difícil

O chicote elétrico se tornava um verdadeiro labirinto.

Com a rede CAN

Com a chegada da rede CAN, a lógica mudou completamente.

Agora:

  • Um único módulo recebe a informação do sensor

  • Essa informação é compartilhada com todos os outros módulos da rede

Isso reduziu drasticamente a quantidade de componentes, viabilizou novas funções eletrônicas e transformou a arquitetura elétrica dos veículos modernos.

Mas trouxe um novo desafio.

O problema é que a falha não aparece “limpa”

Quando a comunicação CAN cai, vários módulos reclamam ao mesmo tempo. Surgem códigos múltiplos, falhas cruzadas e sintomas que parecem não ter ligação direta.

É exatamente nesse ponto que muitos reparadores:

  • Condenam módulos sem prova

  • Trocam peças boas

  • Perdem tempo e dinheiro

É nesse momento que o método faz a diferença

O primeiro passo não é o scanner.
É o multímetro.

A medição da resistência entre os pinos 6 e 14 do conector OBD é fundamental.

Valor esperado: aproximadamente 60 ohms

Esse valor indica que:

  • A rede está fechada

  • Os resistores de terminação estão presentes

  • A integridade física da rede existe

Se o valor está correto, o foco muda imediatamente para:

  • Chicote

  • Conectores

  • Resistores de terminação

Sem adivinhação.

Ignorar essa etapa custa tempo e dinheiro

Após a verificação física, entra a análise com a rede acordada.

Muitos veículos:

  • Só ativam a comunicação quando o scanner entra

  • Mudam completamente os níveis de tensão quando a rede desperta

Por isso, medir com a rede “dormindo” pode levar a conclusões erradas.

Não basta ver sinal, ele precisa fazer sentido

Outro erro comum é ignorar a topologia da rede CAN.

Sem saber:

  • Onde a rede começa

  • Onde termina

  • Quais módulos possuem resistores de terminação

A medição pode estar sendo feita no ponto errado — e a conclusão também.

Rede CAN não se diagnostica por tentativa.
Se diagnostica por método.

Evolução do sistema: Novo Onix

Em veículos mais novos, como o Novo Onix, a arquitetura ficou ainda mais complexa.

Alguns sistemas:

  • Separaram a rede de diagnóstico das demais redes do veículo

  • Limitam o acesso via OBD

Nesses casos:
A resistência entre os pinos 6 e 14 passa a ser 120 ohms

Sem o esquema elétrico correto, o reparador pode interpretar isso como falha — quando na verdade é projeto.

O salto final: testar a resposta do módulo

Depois da parte física e elétrica, vem o teste mais inteligente. Funções especiais do scanner, como a “PINK NETWORK”, permitem:

  • Ver quais módulos respondem

  • Identificar quem está fora da rede

  • Confirmar falha sem adivinhação

É o diagnóstico falando mais alto que o palpite.

Conclusão

A rede CAN não é um problema. O problema é diagnosticá-la sem método.

Quem domina:

  • Medição correta

  • Topologia da rede

  • Interpretação de sinais

  • Funções avançadas do scanner

Para de trocar peças no escuro e começa a resolver falhas com confiança.

Na oficina moderna, método não é diferencial. É sobrevivência.

Bons estudos.

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