ilustração Componentes internos que compõem a válvula injetora

Válvula injetora: como funciona e como fazer o reparo no bico injetor

Veja como funciona a válvula injetora e como fazer um reparo no bico injetor

Neste artigo vamos mostrar tudo o que você, caro amigo reparador, precisa saber sobre válvula injetora. Princípio de funcionamento, seus tipos, e lógico como realizar um bom diagnóstico de falhas utilizando scanner e osciloscópio.

Mas antes precisamos saber em qual sistema as válvulas injetoras estão inseridas a fim de entender qual sua função, assim como as consequências para o veículo caso ocorra seu mau funcionamento, sendo necessário um reparo no bico injetor.

Como funciona o sistema de Alimentação de Combustível – Ciclo Otto

Os motores de combustão interna constituem um avanço em relação aos de combustão externa: queimam pequenas quantidades de combustível dentro dos cilindros do motor. Sendo assim, aproveitam a energia produzida na combustão de maneira mais controlada e com melhor rendimento.

Para essa queima de combustível ocorrer é necessário que se reúnam três elementos básicos: combustível, oxigênio do ar e calor.

O combustível tem que ser misturado com o ar em uma proporção correta.

Nos motores a etanol ou a gasolina essa mistura é feita pelo carburador, ou pelas válvulas de injeção, no caso dos motores com bico de injeção eletrônica.

Os principais componentes do sistema de alimentação de combustível são:

  • Tanque de combustível
  • Bomba de combustível
  • Filtros de combustível
  • Regulador de pressão
  • Eletroinjetores
  • Linhas de combustível
  • Tubo de distribuição de combustível

A imagem abaixo apresenta os principais componentes do sistema.

Ilustração dos componentes do sistema de alimentação de combustível
sistema de alimentação de combustível

Detalhes da função do bico injetor

A função do bico injetor é pulverizar o combustível nas válvulas de admissão do motor. São acionados via módulo do motor, o que permite variar o tempo de abertura, ou seja, a quantidade de combustível injetado. Estão localizados junto ao tubo distribuidor, em cima do coletor de admissão em sistemas multiponto e no próprio corpo de borboleta em sistemas de injeção monoponto.

Tipos de bico injetores

Existem dois tipos de sistemas de injeção indireta de combustível a saber.

Injeção monoponto

A injeção monoponto contém uma única válvula de combustível localizada diretamente no corpo de borboleta que envia combustível para todos os cilindros simultaneamente, este foi o primeiro sistema desenvolvido apareceu no Brasil no final da década de 80.

As figuras seguir mostram, respectivamente, a posição da válvula injetora no corpo de borboleta (TBI) e detalhes da válvula como seus filtros e terminais.

Ilustração do corpo da borboleta
Posição da válvula injetora no corpo da borboleta

Injeção multiponto

A injeção multiponto é composta por uma válvula injetora por cilindro, ou seja, se um motor tiver 4 cilindros terá 4 injetores e, assim sucessivamente, é o sistema utilizado atualmente nos veículos. Este sistema passou por uma evolução no decorrer do tempo na forma de acionamento das válvulas injetoras.

Começou pelo método conhecido por fullgroup, onde todos os injetores eram acionados, simultaneamente, pela central do comando do motor. Depois passou para o método chamado banco a banco, onde eram acionados os injetores dos cilindros 1 e 4 e depois os cilindros 2 e 3.

Por fim, o utilizado hoje: método  sequencial fasado, onde os injetores são acionados em sincronismo com a combustão do motor, ou seja, no caso dos veículos 4 cilindros em linha serão acionados os injetores dos cilindros 1-3-4-2.

As próximas imagens mostram as válvulas injetoras montadas no tubo de distribuição de combustível e com seus terminais e anéis de vedação.

Ilustração tubo de distribuição de combustível 
Tubo de distribuição de combustível
ilustração Válvula injetora com seus terminais e anéis de vedação
Válvula injetora com seus terminais e anéis de vedação

Como funciona um bico injetor

As válvulas de injeção são comandadas eletromagneticamente, abrindo-se, e fechando-se através de impulsos elétricos provenientes da unidade de comando. Assim, ao ser enviado o sinal elétrico a bobina cria um campo eletromagnético que vence a força da mola e sobe a agulha deixando passar o combustível.

Já na ausência do sinal elétrico não há formação do campo eletromagnético, desse modo a força da mola empurra a agulha para seu alojamento interrompendo a passagem do combustível para o motor.

Vale destacar que para obter a perfeita distribuição do combustível, sem perdas por condensação, deve-se evitar o umedecimento das paredes do coletor. Por esse motivo, o ângulo da válvula de injeção de combustível difere de motor para motor, assim como a quantidade de orifícios da válvula. 

Existem diferentes tipos de bicos injetores, ou seja, para cada modelo de  motor é necessário uma válvula injetora adequada.

A seguir ilustramos os componentes internos que compõem a válvula injetora.

ilustração Componentes internos que compõem a válvula injetora
Componentes internos que compõem a válvula injetora

Como saber se o bico injetor está ruim

Existem basicamente dois métodos para se realizar um diagnóstico de falhas das válvulas injetoras.

  • Scanner;
  •  Osciloscópio;

Em ambos os casos os manuais SIMPLO de INJEÇÃO ELETRÔNICA E OSCI são fundamentais para o sucesso na identificação da falha neste componente.

Diagnóstico utilizando o multímetro

Nesse método o técnico automotivo deverá primeiramente ter acesso ao esquema elétrico a fim de identificar os terminais de medição. Na sequência, conhecer os valores de resistência da válvula injetora a ser testada. Estas duas informações estão presentes no manual de INJEÇÃO ELETRÔNICA.

A seguir mostramos o esquema elétrico dos injetores com as cores dos fios, identificação dos terminais, bem como o valor de resistência elétrica padrão para teste deste componente.

Ilustração do esquema elétrico dos injetores com as cores dos fios
Ilustração do esquema elétrico dos injetores com as cores dos fios

Diagnóstico com osciloscópio

Para diagnósticos mais rápidos e que exigem maior precisão nos resultados devemos utilizar o osciloscópio a fim de identificarmos o bico injetor com problema, sintomas que nenhum outro equipamento, além do osciloscópio, será capaz de identificar. Por exemplo: a visualização do momento da abertura e fechamento do bico injetor através da interpretação dos sinais exibidos na tela do osciloscópio.

Para tanto, precisamos antes de mais nada, ter um oscilograma de referência de uma válvula injetora em bom funcionamento.

Nesse contexto, o manual OSCI é uma verdadeira mão na roda para o reparador que já trabalha com esse método de análise.

Por fim, essas três ultimas imagens apresentam detalhes das informações contidas nesse manual que ajudam e muito o técnico no momento da realização do diagnóstico.

Ondas de funcionamento válvula injetora
Ilustração alimentação das válvulas
Tabela de dados válvula injetora

Observando as figuras vemos que neste manual temos todas as informações que precisamos para realizar uma ótima captura. Afinal, mostra o enquadramento horizontal (tempo) e vertical (tensão) mais  apropriado para esse tipo de análise. 

Elas mostram também  o esquema elétrico com a identificação do terminal que deverá ser utilizado na captura, bem como os principais pontos de análise do oscilograma, identificados pelas letras A, B, C e D, descritos detalhadamente na legenda.

Além disso, o formato da onda padrão dará segurança ao reparador para saber se o bico injetor está ruim, e assim, identificar possíveis falhas no componente sob análise.

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