O sistema de vetorização de torque é um componente adicional ao sistema de freios ABS, que atua na frenagem das rodas para impedir que o veículo perca a direção nas curvas. O sistema muitas vezes é imperceptível ao motorista, pois é acionado pelo módulo de controle de maneira veloz e precisa.
Quando o motorista se aproxima de uma curva em alta velocidade e esterça o volante, o sistema é acionado para realizar a manobra com perfeição, fazendo com que o condutor não perca o controle, interferindo sem que ele perceba.
De acordo com o consultor técnico da Audi, Lothar Werninghaus, o dispositivo aplica o freio na roda do lado interno da curva, quando detectado o risco de derrapagem, comparando alguns parâmetros como velocidade e ângulo de esterçamento da direção para realizar a ação.
A tecnologia da frenagem por vetorização de torque é relativamente nova no mercado, haja vista que antes dela essa missão era realizada pelo sistema de controle e estabilidade (ESP), que atua cortando o torque do motor e aplicando os freios quando o veículo perdia tração ou houvesse inclinação da carroceria. Assim, no momento em que o sistema ESP entra em prática, é rompido de maneira brusca o desempenho do motor. Enquanto isso, o sistema de vetorização de torque apenas repõe o veículo em sua rota de origem de maneira sutil, aplicando freio somente na roda interna a curva.
Tecnologia AHA: Agile Handling Assist
Algumas montadoras como a Honda, introduziram no Civic uma tecnologia chamada AHA (Agile Handling Assist / Assistente de Dirigibilidade Ágil) como um item de série. Esse modelo de sistema de vetorização já está presente há algum tempo no Audi e no Porsche. Nela, para empregar a frenagem de modo seletivo, o sistema aplica pressão hidráulica isoladamente nas rodas de dentro da curva, compensando a diferença de velocidade entre as rodas e diminuindo a chance de derrapagem dianteira do veículo. Para isso, o dispositivo utiliza de parâmetros do acelerômetro, sensores de ângulo de direção e velocidade das rodas, assim percebendo que naquele determinado momento a roda interna pode perder tração.
Mesmo que o veículo por ventura possa derrapar a frente ou a traseira, a direção elétrica se torna progressiva, aumentando o peso e a firmeza do volante no sentido de esterço correto da curva, advertindo o condutor para que vire no sentido correto.
Os sistemas mais novos aplicados pelas montadoras de luxo produzem uma diferença de torque entre as rodas do mesmo eixo, diferentemente do sistema convencional. Assim é enviado mais torque a roda externa a curva, criando uma força que auxilia o veículo a contorná-la, empurrando o veículo para dentro da curva.