Explicação técnica do câmbio DSG

Atualizado em 24 de abril de 2021

O câmbio DSG (dupla embreagem) é uma variação do sistema de fricção com disco seco (fricção entre dois discos). Essa tecnologia também pode utilizar o atrito dos discos para transmitir a energia do motor para as rodas, porém, neste caso, é adicionado óleo para refrigeração aos componentes.

O óleo aumenta a capacidade térmica da embreagem, pois uma vez que é aquecido, a mesma troca calor com o óleo. Outra característica está no arrasto, que devido à utilização de óleo, é maior em relação à embreagem seca.

Imagem estourada do câmbio DSG
Fonte: Volkswagen

A dupla embreagem, como já diz em seu nome, possui dois discos de embreagem formando um só conjunto, uma para marchas pares e outra para marchas ímpares e ré.

Seu acionamento não é feito por pedal como na embreagem seca, sim por atuadores hidráulicos comandados pela ECU do câmbio, que realiza as trocas de forma suave. Esse sistema sempre deixa a próxima marcha engatada, e o que reduz consideravelmente a interrupção do torque, algo comum nas embreagens comuns.

Câmbio DSG (DQ250). Fonte: VW

Para que você possa entender de forma mais simplória, esse sistema se trata de duas transmissões manuais com eixos em paralelo. Essa configuração é encontrada nos câmbios DSG´s mais comuns que foram lançados no VW Golf e no Audi TT em meados de 2003, batizados de DQ 250 a DQ 511. Os mesmos permanecem até hoje em versões que suportam até 61,2 kgfm de torque.

Em 2008, a empresa Luk lançou o câmbio DSG DQ 200 com sete marchas e que suporta apenas 25,5 kgfm de torque. Seu desenvolvimento abasteceu as linhas do VW Golf e do Audi A3 Sedan 1.4 TSi vendidos no Brasil até 2015, e permanece ainda hoje no modelo A1 da marca alemã.

O funcionamento do DQ 200, diferentemente dos outros, é feito por um platô, com uma embreagem dentro da outra, mostrado na figura abaixo. Dessa forma o câmbio se tornou menor, mais leve e menos complexo. O fato de possuir um único platô, torna o seu torque ser consideravelmente mais baixo e melhoram a dissipação do calor. Isso permite que o fabricante retire o óleo que banhava as engrenagens e outros componentes relacionados ao sistema como, radiador de óleo, filtro e etc., mantendo apenas uma quantidade para arrefecer atuadores e engrenagens dentro da transmissão.

DQ200. Fonte: Volkswagen

A VW do Brasil decidiu deixar de usar o câmbio DQ 200 no Brasil em função dos problemas encontrados ao longo do tempo, devido aos pisos irregulares em nosso país. Hoje é oferecido o câmbio automático da marca nipônica Aisin, que equipa os modelos Polo, Virtus e Golf.

Outro fator determinante para a VW desistir do câmbio DSG é a manutenção deste tipo de transmissão, que é cara e de dificuldade extremamente elevada. Todo o sistema mecatrônico encontrado nestes câmbios é de alta tecnologia e demanda de um conhecimento técnico avançado dos profissionais de reparação.

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