Quais os impactos da pandemia do coronavírus na indústria automobilística?

Atualizado em 24 de abril de 2021

O avanço da Covid-19 fechou fábricas em todo o Brasil, comprometendo a produção e as vendas dos próximos meses

O número de casos do novo coronavírus (Covid-19) tem avançado rapidamente no Brasil. Com isso, a indústria automotiva local já sente o impacto da pandemia da mesma forma que o restante dos negócios do país: empresas estão fechadas e as projeções de especialistas indicam contração nas vendas e na produção anual prevista para o setor. A paralisação, no entanto, não é um fenômeno reservado aos brasileiros. Confira o que movimentou o mundo e a área automobilística no último mês:

Produção estagnada

Aqui no Brasil, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) 64 das 65 fábricas de carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas do país estão ou ficarão paradas como reflexo do avanço do coronavírus. Inicialmente, a única exceção é a fábrica de máquinas de construção da Volvo, que opera no estado de São Paulo.

O levantamento realizado pela Anfavea não contemplou o mercado de motos. Porém, marcas como Honda e Yamaha também anunciaram paradas em suas fábricas, localizados no município de Manaus (AM). Vale lembrar que as medidas adotadas por inúmeras fabricantes leva em consideração a necessidade do isolamento social e, ainda, a queda na demanda por veículos.

A indústria automotiva mundial também tem adotado medidas semelhantes para tentar conter o avanço do coronavírus e, automaticamente, de uma crise econômica. Só na Europa, por exemplo, a pandemia já paralisou de forma total ou parcial 229 fábricas de veículos. De acordo com a European Automobile Manufacturers Association (Acea), mais de um 1,2 milhão de unidades deixarão de ser produzidas num período curto de quarentena (15 dias), sem contar com as perdas de toda a cadeia empregatícia pelo setor. Obviamente, os números podem ser ainda maiores caso as suspensões sejam prolongadas.

Feiras e exposições canceladas

O setor de eventos também sofre com os impactos da pandemia. Enquanto o surto de coronavírus não ameniza, as novidades para o setor automotivo também ficarão suspensas. Caso não sejam canceladas, as mostras serão reagendadas ou, até mesmo, realizadas de maneira virtual.

Com data marcada para o início de março, o Salão de Genebra, na Suíça teve suas portas fechadas para o público. Os participantes que não abriram mão da feira realizaram apresentações via streaming: até a premiação de carro do ano, vencida pela nova geração do Peugeot 208, foi transmitida por meio da internet.

Já o Salão de Pequim, na China (o mercado chinês de veículos é o maior do mundo), previsto para ocorrer entre os dias 21 e 30 de abril está suspenso temporariamente. A organização pensa em um adiamento para o segundo semestre, mas sem data definida. O mesmo ocorre com a feira de Nova York, nos Estados Unidos. Estes eventos ficam em stand by.

Levando em conta a crise na saúde, a organização do Salão de Detroit (North American International Auto Show) anunciou o cancelamento do evento para que o centro de convenções possa ser usado como um hospital temporário. O Salão de Paris (Paris Motion Festival) é outro que não deve ocorrer, mesmo que estivesse programado apenas para o final de setembro.

Por aqui, o conhecido Salão do Automóvel de São Paulo, que aconteceria em novembro deste ano, já se encontrava ameaçado pela ausência de várias fabricantes. A pandemia e o alerta para a saúde pública do Brasil foi fundamental para a decisão da empresa organizadora do evento: a Reed Exhibitions optou por adiar o evento para 2021, ainda sem data definida.

Estratégias para se manter no mercado

Ainda em território brasileiro, especialistas da Bright Consulting (consultoria estratégica com atuação no setor automotivo) preveem uma redução de até 154% nas vendas e 15% na produção de veículos leves devido. Como a crise causada pela Covid-19 atinge todo o sistema econômico, o “efeito cascata” também se estende para os diversos segmentos. Se as concessionárias estão fechadas, então não há a necessidade de que fábricas continuem produzindo. Se o capital do consumidor será atingido, automaticamente ele não realizará aquisições tão cedo. Além disso, a Anfavea estimou que, até fevereiro, o estoque nas lojas e pátios de fábricas era suficiente para mais de 35 dias.

Então, o que fazer? Mais uma vez será necessária a reinvenção do setor! Fabricantes como Fiat, Daimler e Toyota têm buscado empréstimos para sobreviver à pandemia. Para evitar demissões em massa, linhas de crédito são opções a serem tentadas com intuito de custear operações enquanto as fábricas estão fechadas.

Por outro lado, o adiamento dos eventos pensados para o setor dá às fabricantes tempo para se reorganizar. Por mais que não seja possível prever os impactos exatos da paralisação na indústria, é importante que sejam discutidos novos formatos criativos e inovadores para a adaptação aos paradigmas, com o objetivo de atrair mais visitas aos salões do mundo inteiro.

Enquanto a China, país onde o surto teve início se prepara para retomar a produção, Europa, Estados Unidos e Brasil ainda levarão um tempo. A quarentena e o isolamento por aqui estão sendo mantidos, conforme determinação dos órgãos governamentais e de saúde. A economia certamente sofrerá impactos e isso é inegável. Nosso desejo, é que possamos o mais logo possível voltar aos nossos afazeres e alterar esse panorama para melhor.

Por enquanto, #ficaemcasa! Um abraço, da equipe Simplo!

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